quinta-feira, 25 de abril de 2013

A falta de amor...


Acredito que já faz um certo tempo que não exponho uma opinião " clichê " sobre algo, para quem acompanha meu blog desde o início ou até mesmo de uns mêses pra cá, percebem facilmente que minha temática é outra, ou no mínimo que vivo mudando de lugar, e quando me refiro a mudar de lugar, quero dizer que minha " casa interna " sempre se modifica, e ao mesmo tempo é a mesma coisa, as vezes dou um giro de 180º graus e sou o oposto, mas em tantas outras aplico o 360º e volto ao ponto de partida, ao meu verdadeiro lugar.

Falar sobre o amor, assim, tão de repente, é no mínimo estranho, essa palavra hoje em dia encontra-se numa distância absurda da minha vida, as vezes penso que não sei mais agir e falar, relacionamentos recentes e até alguns nem tanto assim, me ensinaram uma coisa óbvia: Eu não sei amar, quer dizer, não sei aprender a amar, até tento, penso que sentimentos calmos são sinal de amadurecimento, mas porque esse tal amadurecimento nunca me completa? em 2011 senti a mesma sensação estranha quando me aventurei em algo que me deixou com tédio em menos de uma semana. Meu amor e meu sentimento é um tanto que clichê, é tudo ou nada, ou corro e atravesso o inferno, ou fico parada eternamente, por simples falta de vontade.

Encaro minha vida como capítulos, quase sempre me encontro em nostalgia com alguns que já passaram, mas o mais irônico é que não sinto falta das pessoas que já foram, eu sinto falta mesmo é de mim, daquela sensação de acreditar e correr com muita força de encontro para tudo aquilo que eu quero, de uns dois anos pra cá percebo que essa força não se encontra mais em mim, eu a perdi, e fui a perdendo assim, aos poucos, um ano, dois anos, e me esgotei totalmente nesse aspecto.

Sinto falta do amor, mas não fico triste ou me atiro para o que aparecer, muito pelo contrário, não confundo o amor com o que quer seja, já provei uma ou no máximo duas vezes, eu sei como é aquela sensação, e sei também que não tenho isso dentro de mim mais, e por não ter, não terei nada a oferecer, mesmo que a pessoa mereça, mesmo que eu faça um pedido a qualquer santo, nunca consigo amar da maneira certa, só sei amar o que vira e modifica minha cabeça completamente.

Meu amor é assim, uma divisão de céu e inferno, e a lógica e razão sempre estão o mais longe possível de mim. Lembro-me que tudo fazia sentido quando eu entrava em um ônibus com uma mochila e passava ali 5 ou 6 horas até chegar, eu sentia um frio na barriga que mais parecia um iceberg, hoje em dia todas, absolutamente todas as minhas sensações são ponderadas, são quietas, hoje estou mais para aquela velha chata que acha que pegar uma mochila e viajar é loucura e perda de tempo.

A saudade do que vai passando é uma das coisas mais torturantes, afinal, saber que quase nada será como já foi, é uma dorzinha que sempre vamos levar conosco, todavia o lado bom é que coisa novas e sentimentos novos podem surgir, tentei antecipar por duas vezes esses tais sentimentos novos, e na verdade não me adaptei, me senti presa, mas não presa fisicamente ou porque queria curtir por aí, me senti presa internamente, o meu " eu " verdadeiro e intenso estava totalmente preso à algo que eu sabia que não fazia parte de mim, pois nasci pra ser livre, e pra viver sentimentos e emoções que me levem totalmente ao extremo.

Acredito que tudo na vida é uma questão de paciência, e também de sorte, por que não? sorte, acasos e o imprevisível, tudo faz parte do conjunto quando algo deve acontecer. Me liberto daquilo que seria correto e prudente, e espero, ainda que silenciosamente o dia em que eu voltarei de novo, com todo gás. Enquanto isso não chega, guardo com carinho dois rostos, duas lembranças, guardo primeiramente a menina de cabelo curto e vestido vermelho, ela de fato foi a primeira que me apresentou a algo que talvez eu nem soubesse que existiria ou que aconteceria duas vezes, mas aconteceu, e aconteceu novamente dois anos depois, com outra pessoa, sobre essa outra pessoa falei muito, e ao mesmo tempo pouco, já que apaguei algumas coisas posteriormente, essa segunda, de 2011, foi de fato a última que me deixou assim, meio que em um mundo paralelo e bom. Guardo essas duas recordações como algo importante e válido em minha vida, mas a lembrança que realmente me atormenta e me dá medo é a minha, talvez eu nunca mais consiga ser pura o bastante para amar... deixei de acreditar em muitas coisas, e se hoje, aquele ônibus que me levava em um lugar distante parasse, eu pensaria duas vezes se entraria.

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