domingo, 29 de julho de 2012

Síndrome de Rita






Tenho que admitir: Eu tenho a síndrome de Rita. É simples explicar, minha memória as vezes não é fraca, principalmente se for relacionada a coisas ruins. Alguns podem apelidar de vingança, ou até mesmo de Justiça. Eu não procuro rótulos referentes a isso não, apenas tenho a síndrome de Rita.

Óbvio que não me considero perfeita, posso garantir que durante a minha vida, eu decepcionei algumas pessoas, mas, e quando é o oposto? quando somos magoados, nosso papel de vítima está garantido, mas, e quando o oposto acontece? nosso papel de vilã/vilão também está feito.

Eu tenho temperamento forte, isso não é segredo. As vezes, ainda que raramente, posso ser uma pessoa doce e compreensiva. Mas, tem horas que meu lado ruim perde para o lado bom. E são nessas horas que, certamente todo cuidado ainda é pouco.

Não sou uma pessoa ruim. Eu não cismo com as pessoas do nada, só recebem esse lado frio e calculista quem realmente merecer. Aos que não merecem, eu não levanto nem a voz. É a velha disputa interna entre ser uma boa e má pessoa. As vezes prefiro ser a má.

O fato é que, se eu confio ou admiro demais, eu sou totalmente entregue, o que aumenta mais ainda as chances de meu lado ruim aparecer por qualquer decepção, por mais besta que seja. Eu não gosto de muito grude, ou de simplesmente me apegar a alguém, justamente por isso. Sempre tenho a tendência a admirar e querer demais. Prefiro estar por fora, acho mais saudável não esperar nada de ninguém, inclusive de mim mesma. Odeio a sensação de ser observada e analisada. Odeio receber palpites, eu sou do jeito que sou e, por mais complicada que eu seja, eu me quero assim.

A síndrome de Rita não é maldade, embora esteja relacionado a maldade. Mas, quando alguém faz algo de ruim para mim, eu marco. Na minha cabeça aquela pessoa nunca mais será vista com bons olhos. Eu sou do tipo de pessoa que fica muito feliz com a infelicidade das pessoas que eu não gosto. Sem hipocrisia minha gente, aposto que muito de vocês são assim também. Nada de frases prontas de Caio Fernando Abreu dizendo " Se você me desejar o mal, eu te desejo o bem " .. eu na verdade vou te desejar mais mal ainda, ainda que isso me torne uma pessoa rancorosa, mas é assim que realmente sou.

Assim como a Rita, o primordial é manter todas essas pessoas por perto, ainda que eu não manipule nenhum acontecimento. Só mexo meus pauzinhos se eu realmente odiar demais a pessoa, mas quando eu não odeio, eu fico quieta, e solto um sorriso interno bastante verdadeiro quando coisas ruins acontecem a elas.

Me julguem e pense o que quiserem. Sempre que sou boazinha, as pessoas tendem a pisar sem dó. E se a gente analisar bem, a vida é assim. As pessoas mais ruins e frias, já foram ótimas e frágeis um dia. O mundo dá voltas, e é por isso, que todo mundo tem que prestar bastante atenção no que faz. Antes de magoar alguém ou prejudicá-la, pensem que a lei do retorno é bastante válida.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Memórias confusas







Há muito tempo venho percebendo uma característica em mim: eu esqueço fácil as pessoas, literalmente falando. Na verdade, acredito que existe uma espécie de bloqueio em minhas memórias, eu lembro de todos os momentos da minha vida, porém, não consigo lembrar tão bem das pessoas que já fizeram parte dela.

Nunca cheguei a pensar e refletir bem sobre isto, eu achava normal esquecer o rosto das pessoas depois de um certo tempo. Mas, sabem, estive pensando melhor, e talvez isso seja diferente sim.. Vejo por ai pessoas que mantem laços de anos e anos com outras, comigo isso nunca aconteceu, eu não me culpo por não ter criado laços, acredito que nasci para ser livre e independente.

Eu sei que é bizarro admitir isso, mas, sentimentos bons me fazem mudar, me fazem ser tão vulnerável e carinhosa. Em contrapartida, com a ausência deles, eu sou forte .. nada consegue abalar minhas estruturas, e sigo mais forte e inquebrável que uma pedra. Será que a falta de memória está ligada a minha frieza quando não sinto nada por ninguém? talvez.

De vez em quando me deparo com situações em que vejo as pessoas me questionando " Ow, você já gostou de fulana, ow, você ja fez isso por fulana ". Falam como se fosse uma obrigação minha gostar ainda de tal pessoa. Entendam, passado é passado. O antes deve ser totalmente apagado. Se todas as pessoas seguissem em frente de verdade, em vez de mandarem sempre indiretas, seriam com certeza mais felizes.

Minha vida está cercada de sentimentos arrebatadores e rápidos. Existem pessoas que já ouviram um " Eu te amo " meu, e hoje escutam apenas um " Oi " ou as vezes nem isso. Quando algo se desgasta e não existe, o mais sincero é ser livre e, oferecer a liberdade do outro também. Se esqueço rapidamente e completamente, não é por maldade, não é de hoje que tenho isso de não conseguir lembrar como era o rosto ou simplesmente a voz, isso já vem de anos e anos.

As pessoas hoje em dia se conhecem e acham que serão eternas na vida de outra. Eu afirmo com total certeza que ninguém será capaz de me marcar assim por muito tempo, no final, todas vão entrar nessa lista de esquecimento. A diferença de antes para o hoje é que, antes eu arriscava e achava que poderia realmente amar alguém. Hoje em dia não mais. O amor não me desce mais, é como se fosse aquele prato que de repente você tivesse enjoado, não faz mais parte do que sou hoje.

No meu cardápio existem outros ingredientes, ingredientes esses que me fazem mais feliz, mais livre. Essa liberdade me traz tranquilidade e, a plena certeza de que as pessoas estão completamente avisadas quanto ao meu jeito de ser. Portanto, espero de verdade que ninguém queira revolucionar e me mudar, não estou aberta a mudanças e, o alto risco de se decepcionar comigo é grande também.

Aos que dizem " Me lembro como se fosse ontem ", deixo registrado que isto é quase um dom da parte de vocês. Pois, eu sei que muitas coisas aconteceram em minha vida, mas, parece que não era eu, eu não faria hoje o que um dia já fiz e, com relação ao amor de verdade que todo mundo diz que sente/tem. Eu digo, ninguém conquistou o meu. Afinal, ninguém permanece na minha memória, nem ao menos a lembrança perfeita de algum rosto. É, é estranho eu sei. Com boa memória ou não, o que importa é o dia que está sendo vivido hoje, e sobre hoje, só tenho uma coisinha a dizer: Lembro do rosto, telefone e etc. Para bom entendedor ..

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Amizade colorida








Que atire a primeira pedra quem nunca foi adepto do que podemos chamar de " Amizade colorida ". No mundo moderno de hoje é o que mais vemos. Acredito que tudo aquilo que é levado na brincadeira e com um pouquinho de sacanagem , tem tudo para ser uma relação gostosa a ser vivida.

Acredito que este tema seja inédito no meu blog e, talvez até em minha vida. Sempre fui muito extremista, ou vivia a fase completamente apaixonada, ou vivia aquela fase mais solta, sem querer saber de nada. Hoje em dia mantenho uma postura menos extremista com relação a tudo, é como se uma parte de mim soubesse desligar e ligar na hora certa.

Como dito anteriormente, eu não sou boba e, muito menos simpática, em alguns casos escondo o interesse por trás de tudo que  eu apresento. Mas, caso eu seja completamente indiferente, desista, eu não estou fazendo joguinho e sim, porque não tenho realmente interesse em você. Em contrapartida, se eu agir com meio termo, tente descobrir a real intenção, será interessante.

O que posso dizer a respeito das amizades coloridas? em primeiro lugar, acho bastante diferente e instigante. O jogo torna-se melhor, principalmente porque sempre estarei lidando com algo conhecido, e, ao mesmo tempo, desconhecido também. Gosto de desafios que tragam respostas imprevisíveis, as coisas quando são fáceis demais perdem a graça.

Não tenho palavras para definir o quanto é bom toda a brincadeira e todo o jogo. Quando estou diante de alguma amiga desse aspecto, eu me sinto em território confortável. Afinal, estou lidando com pessoas que conhecem um pouco de mim, não tudo, porque acreditem, tudo seria absolutamente fatal .. tenho uma verdadeira fobia dessa coisa de me conhecerem tão bem assim.

Amigas coloridas, com o perdão do trocadilho, ' colorem ' um pouco a vida .. as minhas, melhoram o meu humor, e principalmente meu ego. Gosto de saber que alguém tem interesse por mim, e quem não gosta? na verdade todos nós somos um pouco egoístas. E é esse meu papel ultimamente, estou sempre em primeiro lugar. Então, se eu entrar em um jogo, é porque a vantagem estará ao meu lado e nunca no seu, afinal, o desafio de me manter interessada será muito maior do que o meu desafio para te conquistar

Quando a gente conhece a liberdade tão de perto assim, fica muito difícil, eu diria que impossíve,l abrir mão dela. Confesso que nunca estive tão viciada e animada por isso, por essa liberdade louca de ir e vir, por essa liberdade de não gostar de ninguém. Uma dica muito importante que dou ao meu respeito é que, não nasci para ser presa, ou viver de acordo com as expectativas que giram em torno de mim.

Amigas, amigas .. vocês nunca foram tão interessantes quanto agora. O dia dos amigos em 2012 foi realmente muito especial..


terça-feira, 17 de julho de 2012

Curiosidade ..







Chamem de fetiche ou o qualquer outra coisa, mas, o fato é que me sinto incrivelmente,absurdamente e inacreditavelmente atraída pela curiosidade, ou melhor, pelas pessoas que tem curiosidade de algo. Talvez isto tudo esteja mais relacionado ao meu próprio ego, gosto de me sentir exclusiva, ainda que apenas por uma determinada época.

Na verdade, falando de um modo mais fácil, acredito que eu seja uma caçadora, não daquelas que chegam e prendem a vítima de vez, e sim, daquelas que chegam como se não quisessem nada, mas no pensamento engolindo com os olhos já. É isso, admito pela primeira vez que, por debaixo da imagem de amiga e atenciosa, sempre e sempre existiu sentimentos ocultos e pensamentos que assustariam até Deus.

Prefiro sempre esconder o jogo, me considero um tanto que diferente. Eu nunca serei completamente direta quando eu quiser realmente algo, o que me instiga não são os acontecimentos em si, e sim, tudo que acontece duramente o caminho para conseguí-lo. Chega a ser irônico, afinal, nas baladas ou em qualquer lugar que eu me sinta a vontade, eu chego sem a mínima preocupação e sem jogos, eu não preciso de análises, vou lá e mato a minha vontade sem mais delongas. Porém, em contrapartida, quando eu me sinto interessada, dou várias voltas, primeiro porque sou inconstante, posso mudar meu interesse em menos de 24 horas.

É um pensamento machista, mas não tenho vergonha de admití-lo, muito pelo contrário. Mas, gosto de me envolver com pessoas com pouca ou nenhuma ' experiência ', é um desafio irresistível, eu pelo menos nunca escapei desse tipo de jogo, ele me motiva. Gosto da sensação de deixar pelo menos uma marca, mas não se enganem, minha empolgação é apenas quando mato a curiosidade pela primeira vez, depois da primeira, torna-se comum, e por muitas vezes, tedioso. Quando a outra pessoa passa da fase inicial, não me empolgo mais, já consegui o que eu queria.

Sinto como se eu sempre precisasse de troca-troca nesse aspecto. Não me imagino apenas com uma pessoa, não acredito que alguém seja suficientemente boa para me prender em todos os aspectos. Mas tenho me divertido bastante com a mistura de todos os tipos de mulheres que aparecem. Com as lésbicas acontece o que posso chamar de - cumplicidade -, é amizade misturada com um pouquinho de sacanagem, porém sem novidades.

Mas o que posso dizer das curiosas? ora, parece uma droga, me sinto viciada em sempre estar vivendo esse tipo de jogo, é como se fosse uma espécie de auto-afirmação, eu me sinto renovada a cada nova experiência que proporciono a alguém que quase nada sabe na teoria, porém na prática, se revelam totalmente.

Eis aqui um grande segredo, as que são ' supostamente ' heterossexuais, se soltam muito mais. Eu particulamente já vi de tudo. Isto me faz lembrar um recente acontecimento, em um lugar tão inusitado, com um pedido mais inusitado ainda e com uma das pessoas que eu nem imaginaria, mas que aconteceu. E quando matei a minha vontade, meu único pensamento era: Mais uma.

É como eu disse, é um vício, quanto mais forem, mais ficarei viciada nisso. Mas sabem, eu não quero correr disso. A vida foi feita para a gente se divertir e tentar se conhecer ao extremo, e pra ser bem sincera, adoro ser usada como cobaia para isso.

É meus caros leitores, as férias renderam muito mais do que eu poderia imaginar. As vezes dou risada sozinha, a vida é realmente muito incrível se a gente souber esperar o momento certo. Saibam viver os desafios que aparecem. O que seria da vida se a gente nunca perdesse a cabeça? enlouqueça.

sábado, 14 de julho de 2012

Enterrando os vivos






Sei que o título da postagem pode parecer estranho, assim a primeira vista. Mas, é algo mais comum do que vocês possam imaginar. E quem nunca enterrou pessoas vivas? enterrar os mortos já é difícil, é se despedir de alguém que você nunca mais vai ver, e as pessoas vivas, qual a diferença? Eu respondo: Nenhuma.

É simples, existem pessoas que vão morrendo em nossas vidas, pouco a pouco. Acredito inclusive que este seja o propósito da coisa, as pessoas mudam, desaparecem, para que o processo de se despedir seja menos difícil, e mais completo.

E quem nunca morreu estando vivo também? não é somente as pessoas que mudam, nós também podemos mudar, podemos ficar irreconhecíveis aos olhos de quem já gostou da gente. E a frase que mais escuto ultimamente é esta: Você mudou. Ora, se a gente analisar a vida de uma forma simples e direta, a única coisa que nunca muda é uma planta. Nós, seres humanos, vivemos diante dos fatos, da vida que nunca para. E eu sou eternamente grata ao tempo, ele fez tantas mudanças internas e externas em mim ... me ensinou em primeiro lugar a ter paciência, a ser cuidadosa, e permitir apenas que ele passasse. Ele passou trazendo grande alívio, grandes certezas e grandes mudanças.

É, eu sei que fui enterrada viva por ai também, inclusive para mim mesma. De vez em quando dou de cara com coisas do passado, e é ai que respiro aliviada por saber que o "eu" de antes, não existe mais. As pessoas geralmente se enterram ou enterram outras, eu optei por fazer as duas coisas, acho mais prático e também mais maduro, não sou perfeita, mas também não me escondo atrás de apenas imperfeições, ao passo que me tornei mais humana e consciente, também me tornei mais realista e pasmem, aventureira. Já não me vejo em frente a uma televisão no final de semana, ou sentada esperando que tudo caia do céu. Hoje estou para a vida, para viver. Hoje já consigo dar grandes passos para fora, me despedi do meu mundinho, e dei de cara com um grande mundo, cheio de pessoas e momentos fantásticos e nada, nada, previsíveis ou monótonos.

Me descobri como pessoa, hoje sei perfeitamente do que gosto, do que não gosto .. e tenho grandes tendências a me jogar em tudo aquilo que desperta meu interesse, que me faz acordar. Na verdade tenho vivido grandes momentos, grandes sensações. E nunca em hipótese alguma eu trocaria a vida de aventura de hoje, pela vida monótona de ontem. Saber viver é a lição mais importante da vida.

Saber viver é enterrar os vivos que não fazem mais parte da nossa vida. Aprenda que o impossível está apenas na cabeça, pois na prática somos capazes de tudo. Enterrem tudo aquilo que faz mal, porque bem no fundo sabemos o que merece ser jogado fora, desapegar daquilo que não serve mais é fundamental.

Hoje na minha vida, não tenho mais tempo ou pensamento para os fantasmas. Eles são sem graça, prefiro os vivos. E acreditem, os vivos são interessantes e quentes.