quinta-feira, 2 de junho de 2011

Adolescência e o Primeiro Beijo!



A adolescência é uma fase complicada na vida de qualquer pessoa, de repente seu corpo muda e você tem que mudar seu comportamento, as brincadeiras de antigamente não fazem mais parte da realidade e um novo mundo vai surgindo, e isso acontece com todos. Imaginem com aqueles que estão confusos com a própria sexualidade, eu nunca tive problema com isso, a confusão que eu sentia era de não saber o que aconteceria comigo. Mas nunca fiquei confusa se queria meninos ou meninas, e sim se um dia chegaria a ficar com uma.

Bom, a partir dos meus 13/14 anos, eu comecei a sofrer menos preconceito por aqueles que conviviam comigo, afinal, foram tantos anos que eu acho que uma hora perde a graça de fazer os mesmos comentários, mas então, durante essa fase eu já conseguia ir para o colégio sem ter tanto receio do que eu ia escutar por lá. Mas, eu lembro até hoje de um certo dia que durante um intervalo, uma professora comentou comigo e com algumas meninas que estavam na sala que " Prefiro que minha filha seja puta, do que uma sapatão, aff que nojo, mulher com mulher não faz nada " e todas as meninas concordaram com ela e fizeram a mesma cara. Eu voltei para a casa com uma sensação esquisita, se ela é mãe e faria isso com a filha, será que a minha pensaria o mesmo de mim?

Eu nunca fui tão próxima dos meus pais, nessa fase da adolescência nem foi o medo que me motivou a nunca falar, e sim a intimidade, não tinha conversa. Cresci num ambiente em que ninguém diz que ama, ou abraça, cada um tinha sua vida e suas coisas para fazer, passei a grande parte do tempo sozinha no meu quarto.

Quando eu tinha 16 anos fui apresentada a tecnologia, a algo que mudaria a minha vida para sempre e que eu nem fazia ideia da revolução que seria feita, ganhei um computador, não entendia nada, eu lembro que demorei séculos para fazer um MSN, um OKRUT, mas enfim, mesmo demorando eu fiz, e de curiosa comecei a observar algumas comunidades com temática GLS, e nisso fui addcionando as pessoas, também fui addcionando comunidades que tinham a ver com outro gosto meu, seja musical ou etc, e nisso acabei conversando com várias pessoas, e enxergando que eu não era a única que era diferente, que mesmo longe tinham meninas que passavam ou sentiam o que eu também sentia. Numa dessas conversas acabei conhecendo aquela que foi minha primeira namorada.

Costumo dizer que esse primeiro relacionamento foi o mais inocente de todos, no sentido de que eu realmente era romântica, sonhadora, fazia tantos planos ...! Por uns 5 mêses foi algo virtual, até que em Outubro de 2006, no meu aniversário de 17 anos, ela mandou uma carta romântica e minha mãe leu. Minha vida mudou COMPLETAMENTE a partir dali, um dia antes do meu aniversário minha mãe leu essa carta, e além de saber que eu era lésbica, ela soube que eu tinha uma namorada, levei uma surra que quase morri, e pela primeira vez eu enxerguei um olhar de ódio com relação a mim. Passei dias chorando e sem comunicação alguma, pois ela tirou o computador do meu quarto, e de filha normal, acabei virando uma vagabunda aos olhos dela, foi bem difícil, só de relembrar já sinto coisas estranhas, não queria que tivesse sido assim, mas Deus sabe o que faz, e o que importa é que hoje estou feliz, as dificuldades só me fizeram ser mais forte.

Apesar da minha mãe descobrir e eu ter ficado presa, literalmente, meu namoro permaneceu, e enfim nos encontramos pessoalmente em Janeiro de 2007, eu fiquei bastante nervosa, era uma novidade para mim, foi a primeira vez que senti que realmente estava vivendo a vida que eu queria, e o beijo foi tão bom, a primeira vez foi tão boa, sempre era escondido, e eu sempre apanhava quando voltava para a casa. Não sei, eu penso que minha mãe achava que se ela me batesse eu mudaria, mas não dava para mudar algo que é meu.

O namoro acabou em Junho de 2007, praticamente 1 ano depois do primeiro contato virtual. Seguimos caminhos diferentes e levei comigo a experiência de ter tido meu primeiro relacionamento homossexual, e agora eu tinha a certeza de que eu teria outras mulheres na minha vida, ela não seria a única, e realmente, tive outras. [ Continua ]

2 comentários:

  1. Ué ... mãe descobrir? Estou confusa, pensei que sua familia não sabia ;s

    Essa história não é sua né?

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  2. oxe, minha família sabe sim, é minha sim.

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