A ausência de palavras é um mundo paralelo, quanto menos falamos, mais sabemos, mais pensamos... eu diria que o silêncio é uma sabedoria, um dom, posso até dizer que um dos meus grandes arrependimentos na vida, até então, é já ter falado demais enquanto o momento pedia um silêncio quase que total, mas todos nós já fomos vítimas de nossa própria boca e palavras.
Se me perguntarem qual a parte mais involuntária e ameaçadora que trago comigo, eu respondo: é a minha língua, sempre tive um perfil muito forte, do tipo que só para de falar até conseguir destruir qualquer pessoa que fosse meu alvo naquela hora. Mas ora, não sou tão ruim assim, posso também ser delicada, atenciosa e educada, na minha vida nunca fui 100% só uma coisa, sempre foi mais fácil ser 100 coisas em 1 pessoa só.
Muito se diz quando nada se diz, eu acredito bastante nisso, posso até dizer que é a minha teoria de vida atual, pelo menos a teoria que eu adoto de uns dois anos pra cá, consigo facilmente me fechar em meu mundo, meus pensamentos e minhas palavras. Afinal, o que dizer quando se tem muito a dizer?
Todo ser humano que pelo menos uma vez tenha parado para se analisar, vai saber que o ponto mais forte de atração que existe entre ele e todas as outras pessoas é o mistério, não falo de joguinho, de cu doce e nem nada do tipo, mas falo do mistério de não muito dizer, de não muito se mostrar, as pessoas mesmo que não admitam gostam disso, do inacabado, e as vezes até do mal feito, mas ai já é outra história, o ponto é que a ausência de palavras e pistas atiçam o ser humano, um perfil inacabado e incerto é muito mais chamativo que aquele sempre exposto.
Muito se diz quando nada se diz, a chave e o segredo para tudo parecem ser essa reserva pessoal, tem muitas pessoas que a possuem, tem pessoas que por mais que você analise, não chegará a uma resposta concreta ou definitiva.
Hoje decidi ser mais subentendida que o comum, é sempre um risco abrir a boca, guarde-se.
Patricia gois.
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