Já perdi as contas de quantas vezes escutei as pessoas dizendo: Você fala pouco sobre você. Lembro-me até que anteriormente falei sobre isso no blog, inclusive foi o título do mesmo. Fico aqui pensando o que será realmente isso de " conhecer ". Observo que é uma palavra muito usada, porém, será que conhecemos tão bem assim outra pessoa?
Da minha boca essas palavras já saíram muitas vezes, já falei muito isso de " Eu conheço muito bem fulano ", mas quer saber, cheguei a conclusão de que isto é um erro absurdo, não conhecemos ninguém por completo, as vezes, não é por maldade, e sim, porque todos nós temos nossos mistérios, segredos e podemos surpreender e sermos surpreendidos a qualquer momento.
Eu não gosto de falar sobre mim, o que é irônico, afinal, tenho um blog e escrevo nele há exatos 3 anos. Tudo que vivi nos últimos 3 anos está aqui, exceto algumas partes que eu mesma fiz questão de apagar e fingir que nada aconteceu. Porém, o que realmente foi importante está aqui. E ai vocês podem pensar " Já li muito sobre ela, ela deve ser assim, assim e assim " .. Engano meus caros, nada garante que algo não tenha ficado subentendido, eu adoro interrogações.
Na verdade, eu não gosto de ser lida. Gosto de usar minhas palavras, de brincar de escrever e, quando dou por mim, alguma situação ou pensamento está por aqui. Mas, eu, como pessoa, odeio ser lida. Odeio quando as pessoas acham que me conhecem, sinto que durante a minha vida foi esse tal de " Eu conheço Patricia " que afastou diversas pessoas, pois sei que, sou várias em uma. Posso ser a pessoa mais gentil, amorosa, mas também posso mostrar meu lado de desprezo e de orgulho de um jeito que ninguém antes te mostrou / tratou assim.
Eu não permito que as pessoas entrem rapidamente em minha vida, não gosto da sensação de dependência, de afeto. Prefiro a solidão, estar quieta, dona de mim mesma por completo. E são tantas as pessoas que passaram por mim e levaram minha confiança, que aos poucos, me tornei desacreditada de todas essas coisas " boas " que as pessoas acham que existem. Ganhar um pouco da minha confiança requer, acima de tudo, muita paciência, e obviamente .. interesse da minha parte.
Não sei agir se eu não tiver interesse em algo ou em alguém. E deixo pistas, sinais .. nunca me aproximo a toa. As vezes sou de ignorar, na verdade sinto que apliquei totalmente isto em minha vida. Ignoro o que for preciso, não que isto seja o segredo da felicidade, mas, com certeza é o segredo de viver bem comigo mesma, de ser racional.
Minha racionalidade é extremista, vou de um ponto a outro em questão de dias, minutos. O mistério está exclusivamente direcionado aos pensamentos. Sou fascinada em desvendá-los. Durante toda a minha vida nunca gostei de pessoas certinhas, santinhas e que dizem tudo que pensam. Eu gosto daquilo que está guardado, daquilo que nunca me enjoa e sim, que sempre desperta a minha curiosidade de descobrir. Gosto de olhares que deixam tudo subentendido, de beijos que despertam algo louco e nada racional de mim.
Aprendi não apenas a gostar de pessoas assim, e sim, de ser assim também. Sou assim agora, falo mais com o olhar do que com a boca. Nas minhas aproximações não deixo tudo exposto, não falo tudo que penso, e nem penso tudo que falo .. Eu instigo, provoco e, quem tiver coragem, dê um passo.
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