quinta-feira, 21 de junho de 2012

Desliguei..





Sendo simples e direta, eu me desliguei. Me sinto bastante indiferente nos últimos tempos, mas, só pude realmente comprovar isto nos últimos dias. Foram passos calculados, eu mesma sabia que estava passando por um teste. É como se eu fosse a protagonista e, ao mesmo tempo, a minha platéia também .. ninguém me observa e me entende tão bem quanto eu mesma.

Lutei por muito tempo, eu diria que anos, para não sentir esse vazio dentro de mim novamente. Mas, hoje eu sei que não dá pra fugir do que somos, e do que a vida tem reservado para nós. Não adianta fugir do que sou e comprar personagens para mim. Então aceito calmamente meu lado vazio e indiferente. Não quero mais aqueles sentimentos bons, pois, realmente faltava uma boa pitada de pimenta em mim.

Esse pensamento me leva para o passado, um passado que as vezes tento ignorar, mas que existe. Esse passado me faz lembrar de todas as vezes que já fui sozinha, reservada e quieta. Há uns 10 anos atrás eu era a pessoa mais quieta que existia, uma parte de mim se orgulhava em ser assim. Em um mundo em que todos são falsos e fingem amor ou amizade, eu me sentia uma peça rara por nunca entregar minha amizade ou meu amor facilmente a alguém, embora como consequência de ser difícil, eu me sentisse sozinha.

Hoje, com 22 anos, eu ainda continuo nova. Mas carrego algo dentro de mim que muitas pessoas com a minha idade não carregam. Carrego o peso da realidade, e quando a realidade bate em meus olhos, não existe nada que me tire desse estado de amargura, isolamento e principalmente de ... inconsequência. Cheguei ao ponto em que não me importo com mais ninguém, e sabem .. quando a gente não se importa e não tem nada a perder, nada é proibido, é onde o meu pior lado acaba saindo do seu esconderijo, mostrando assim quem realmente sou de verdade.

Sendo bem sincera, desligar tem muitos pontos positivos, principalmente se forem aproveitados, e eu pretendo aproveitá-los. Esses seis primeiros mêses de 2012 foram realmente um tédio, carregados de surpresas desagradáveis, de despedidas inesperadas, como foi a de meu pai. Na verdade esse desligamento de meus sentimentos foram se moldando a partir dai, não apenas por isso, tendo em vista que desde os meus 11 ou 12 anos eu já fugia dessa coisa de me mostrar, de sentir.

Me sinto livre, e essa sensação é ótima. Carrego todas as mágoas e fraquezas que já tive, bem guardadas, elas nunca vão sair da minha lembrança. E sempre que eu encontrar obstáculos em minha vida, elas irão me fortalecer, me mostrando que um dia já fui capaz de enfrentar tantas coisas ruins, e no final, estou aqui. Tudo tem um preço obviamente, ser forte é perder a inocência, é perder aqueles sorrisos sinceros e longos. Mas, tudo permanecerá na memória. Porém, o mais importante agora são os passos, o que importa é seguir, e ir ..



Vou seguir sem pressa, do meu jeito. A única coisa que busco é a aventura, é o novo. Transformarei as férias em seu real sentido. Quero pitadas de adrenalina em minha vida, pude sentir o gostinho delas recentemente. Que graça a vida teria sem o perigo? sem o proibido? Minha intuição diz que terei ótimas histórias para contar nessas férias. Afinal, as expectativas sobre mim, eu mesma as traço, e no momento, simplesmente não existem regras nesse jogo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário