terça-feira, 19 de junho de 2012

Encontro ..




Ansiedade .. olhar fixo para o relógio, minutos que duram horas e, o tempo parece não querer passar. Durante muitos minutos fiquei ali, naquela janela .. vi várias pessoas passando, e na minha cabeça o desejo imediato de que ela chegasse logo. Eis que ali da janela eu observei seus passos, lentos, seu cabelo curto e incrivelmente arrumado, e um vestido escuro, do jeito que eu gosto.

Ao vê-la se aproximando, me afastei da janela e fiquei andando de um lado para o outro, buscando dentro de mim o máximo de calma que eu pudesse ter. Não queria que transparecesse a minha vontade de beijá-la, de puxá-la ali mesmo na porta. Esperei mais alguns minutos e ela entrou, sempre calada, observadora e muito provocante.

Ela passou por aquela porta com a mesma confiança elevada de sempre, ao mesmo tempo que eu tinha vontade de mandá-la ir para longe, eu também tinha vontade de arrancar sua roupa apenas com o olhar. É claro que a segunda opção ganhou, não trocamos uma única palavra, e sim, beijos. Uma sede louca pela sua boca, pelo seu pescoço, e assim fui despindo cada parte que aparecia, até que a joguei em cima da cama e matei a vontade que eu sentia naquele momento.

Ela sempre sabe o que falar, o que fazer. É a única mulher que tem esse poder de me deixar sem ação, sem palavras. Para que rodeios? eu assumo que ela é a única que mexe comigo, e não me refiro ao lado romântico da coisa, não pretendo escrever poesias. Eu me refiro a algo melhor, me refiro a sensações, arrepios, desejos e vontades. Não consigo sentir o mínimo de desejo por mais ninguém, somente por ela, desde o dia em que a conheci, e acreditem .. isso faz muito tempo.

É uma relação " tóxica " eu sei, não tem futuro, não tem planos. E digo mais, desperta coisas horríveis em mim, não é um sentimento que me faz bem, e sim, um sentimento que me faz ter raiva e desprezo por todas as pessoas que se aproximam de mim, pois em todas, acabo vendo um pouco dela, vejo covardia, indiferença e sempre acabo me fechando mais para as outras pessoas, pois todas são as cópias fiéis dela.

É confuso entender, por isso nem tento entender, eu vou simplesmente vivendo. Sempre que me sinto incrivelmente entediada por aqui, eu encontro aventura perto dela. É como se ela despertasse o lado mais louco e insano que existe em mim. E eu só tenho vontade de me aventurar, de jogar tudo para o alto e sumir. E, quando fico entediada da aventura, volto para a minha vidinha pacata de sempre.

Cada encontro é diferente, eu não nego. Cria dentro de mim uma dependência daquele beijo, daquele corpo. E esse vício por ela me torna uma pessoa estúpida, pois sei que uso a primeira pessoa que aparecer na minha frente, apenas para eu mesma fugir do que sinto. Se a culpa é dela? eu sinceramente não sei. Só sei que por muito tempo ela foi e continuará sendo um fantasma em minha vida. A cada boca que eu beijo, eu penso na dela. A cada pessoa que eu conheço, eu não acho tão provocante quanto ela. E, a cada namoro que eu tenho, eu sempre lembro dela. É como se uma parte de mim só acordasse perto dela, dela e de mais ninguém.

Não sei o que os outros vão pensar ao ler isso, para alguns, isso pode ser uma declaração de amor. Mas, para mim, é uma declaração que estou presa, fria e distante. Para mim, é um sentimento de isolamento que tive há alguns anos atrás, porém, dessa vez muito mais forte. Pois dessa vez não sou aquela menininha que tinha medo, dessa vez sou alguém que está disposta a não confiar e a não querer ninguém. Estou programada para estar/ficar sozinha, a brincadeira será perigosa para quem se aproximar.

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