terça-feira, 25 de setembro de 2012

Paixão e Carência..






Há quem pense que são assuntos distintos, eu também pensei, talvez analisando de uma maneira mais ampla a paixão em nada se parece com a carência, mas, em alguns casos elas se misturam, se envolvem e no final, costumam dar aquele baita nó na cabeça.

Bom, há cerca de 2 mêses me vi em uma situação inusitada e, que trouxe momentos inesperados. As coisas ficaram diferentes, isso é fato. Mas, agora eu penso que a melhor maneira para compreendermos algo exterior, é justamente se fechar um pouco no nosso próprio interior. Eu busquei soluções baseadas em opiniões, mas só pude mesmo entender meus sentimentos a partir do momento em que me fechei completamente e fiquei sozinha.

Hoje ninguém será capaz de roubar a minha paz, e tenho dito, não por medo, não sinto um pingo de medo atualmente e sim, porque me tornei novamente a pessoa inconstante que sempre fui. Estou enjoando muito facilmente as pessoas ao meu redor, é como se o meu desinteresse fosse algo automático, ainda que eu conheça milhões de pessoas diferentes. O fato é que me sinto exigente, e descobri que não existe mal algum em ser assim, tenho bem definido o perfil que eu procuro, e disto eu não abro mão, não mais.

Voltando ao título do blog, eu posso dizer que a carência é a mãe dos cegos. Acredito que a carência tem o poder de cegar e principalmente, de exagerar tudo aquilo que é visto. É difícil eu admitir, mas, de fato, eu estava me sentindo carente, ou no mínimo sozinha, após o fim do meu último relacionamento, relacionamento este que eu já estava acostumada há muito tempo. Então, eu estava absolutamente apta a confundir qualquer sentimento que aparecesse, apenas pelo simples fato de me sentir sozinha depois de tanto tempo.

Confundir um coleguismo com paixão, de fato não é a lembrança mais memorável que terei, mas com certeza foi um aprendizado. É um alívio perceber que não sinto nada, nem mesmo uma simples atração, todas as minhas confusões foram embora. O preço para descobrir foi um pouco caro, abri mão de algumas coisas, e o peso de enxergar outras foi realmente algo inesperado e traumatizante, porém, foi necessário.

Dizem que as máscaras sempre caem, eu concordo plenamente, contudo, eu sou cuidadosa e muito crítica, até mesmo com relação a mim. As vezes as pessoas preferem pensar que foram enganadas, eu sou do perfil oposto, nunca chegarei e direi " Você me enganou " e sim .. " Eu me enganei ".

E quantos enganos já tive, já idealizei pessoas e momentos, até o ponto de não sobrar mais nada de bom dentro de mim. Vivo com os dois pés na realidade, antes machucava, confesso, estar diante de verdades é como pisar em brasas, porém, depois que o tempo passa, o esperado alívio chega, e é isto, sinto-me aliviada.

A cada vez que eu me perco e erro, eu volto mais forte, é como se eu fosse uma fênix. Gosto de surgir de repente e surpreender a todos, carrego esse espiríto de renovação dentro de mim. Defendo até os limites tudo aquilo que quero, o diferente é que meu querer é passageiro, posso querer hoje e amanhã não, e digo e repito, ultimamente nada me empolga, as pessoas e situações são as mesmas, as aventuras também, talvez quem tenha mudado seja eu, mas mesmo assim tento me divertir com o meu próprio tédio.

Sobre a carência, apenas tenham cuidado, ela indica de forma bastante clara o quanto falta amor próprio. Me orgulho muito por ter voltado a ser independente, hoje eu não confundo nem uma vírgula, quanto mais o que eu quero. A carência é o sentimento falso de que tudo é especial, as coisas se mexem apenas na imaginação. Já a paixão é a sensação de que tudo continua rodando, e não para. Em ambos os casos considero-me indiferente, estou parada, sóbria e enxergando tudo perfeitamente bem.

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