domingo, 19 de agosto de 2012

Na curva do futuro ..

" Na curva do futuro muito carro capotou.
Talvez por causa disso é que a estrada ali parou.
Porém, atrás da curva perigosa, Eu sei que existe alguma coisa nova ... "

Raul Seixas
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A cada dia que passa, tenho ainda mais certeza de que, essa estrada para o futuro é perigosa e requer imensos cuidados e, ao mesmo tempo, coragem para andar e chegar lá.

As vezes é cômodo ficar parado no mesmo lugar. Ora, quem não se mexe, não vive, e quem não vive, não tem com o que se preocupar. Porém, existir e não viver é uma das maiores idiotices que podemos cometer. Nada é mais prazeroso do que uma vida bem vivida, daquelas que você pode se arrepender de tudo que fez mas, que pelo menos você sabe que fez, independentemente do arrependimento que possa surgir.

Ontem eu senti pela primeira vez que os olhares curiosos estavam voltados a mim. Me senti desconfortável e, ao mesmo tempo, curiosa e surpresa por perceber que algumas pessoas se interessavam e tinham tanta curiosidade a cerca de determinados assuntos sobre a minha vida. As minhas fichas foram caindo ao longo da noite, noite longa por sinal. No início fingi que não me importava com nada e que estava ali apenas pra beber e ficar com muitas, mas, depois de um certo tempo, fiquei na minha e analisei tudo, desde acontecimentos bem antigos, como também os acontecimentos atuais.

O Fato é que estou em território desconhecido agora, pela primeira vez me sinto absolutamente sozinha sem gostar de ninguém, sendo assim, as vezes me sinto perdida e não sei como agir. Eu passei muitos anos gostando de alguém e agora não sei o que faço com essa minha nova rotina e liberdade. Eu sei que pode parecer estranho isso, mas essa liberdade ao passo que me dá muito prazer e felicidade, também me assusta. Me sentia mais segura quando eu podia prever todos os acontecimentos que iriam surgir, e agora, bom, agora eu não sei de completamente nada.

Não vou dizer aos 4 ventos que o amor acabou, sei que o susto do fim do relacionamento foi para ambas as partes. De repente percebi que amava, mas que não estava apaixonada. Isso mesmo, alguém é capaz de amar e não estar apaixonada? pois bem caros leitores, eu sim. Eu amava as lembranças, os momentos, as sensações que um dia já senti .. mas, já não tinha vontade de ver novamente, já não existia nervoso, ansiedade, e eu parei de fazer planos, foi ai que percebi que, eu amava, mas não estava apaixonada. Quero, de forma madura e sincera, desejar que a pessoa seja muito feliz, com outra, com outro, não importa. O que importa é que as lembranças vão continuar intactas.

Voltando a esse território desconhecido, surgiram milhões de confusões. Comecei a enxergar uma grande amiga de uma maneira diferente e que muito me incomodava e ainda incomoda um pouco, tendo em vista que, ela é praticamente um clone de outra pessoa que é muito importante ainda pra mim. Isso na minha vida é um verdadeiro enígma até agora, eu só sei que ao passar dos dias, tenho deixado essa curiosidade de entendê-lo. Eu sou fascinada sim por coisas difíceis, mas, não impossíveis. Prefiro deixar que o resto da curiosidade e admiração possam ir embora naturalmente, e assim, enxergar todas as pessoas de maneira igual, sem degrau nenhum acima.

A curva para o futuro é tão incerta, um dia aqui, outro dia lá, e assim várias coisas vão acontecendo em minha vida e, várias coisas vão mudando dentro de mim. Me sinto tão eu, tão dona de mim, eu não troco essa sensação por nada no mundo. Sem depedências ou preocupações, isso tem me modificado, eu que tanto me joguei, estou aprendendo a ficar firme, forte.

Pela primeira vez, desde que tenho um entendimento voltado a isto, eu estou solteira. Desde os meus 17 anos fui vivendo histórias malucas, e agora é a primeira vez que estou quieta depois de 6 anos, é a primeira vez que curto a minha liberdade, que beijo sem compromisso, que conheço novas pessoas e lugares. Sinto que sempre fui muito séria quando ainda não deveria ser, eu pulei de fases. Mas, agora, estou na medida certa, aquela medida em que vou vivendo os prazeres da vida, sem culpa, sem pesos.

É uma afirmação muito ousada, porém sincera, mas, afirmo com plena convicção que, essa está sendo a minha melhor fase como pessoa, não sou mais tão boazinha e doce. Aprendi a ser mais ruim, e também mais azeda. E há quem goste dos meus temperos.

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