A Aranha do meu destino
Faz teias de eu não pensar.
Não soube o que era em menino,
Sou adulto sem o achar.
É que a teia, de espalhada Apanhou-me o querer ir...
Sou uma vida baloiçada Na consciência de existir.
A aranha da minha sorte
Faz teia de muro a muro...
Sou presa do meu suporte.
Faz teias de eu não pensar.
Não soube o que era em menino,
Sou adulto sem o achar.
É que a teia, de espalhada Apanhou-me o querer ir...
Sou uma vida baloiçada Na consciência de existir.
A aranha da minha sorte
Faz teia de muro a muro...
Sou presa do meu suporte.
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"Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer. Noto à margem do que li
O que julguei que senti. Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu."
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer. Noto à margem do que li
O que julguei que senti. Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu."
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"Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheco, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que nao senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar."
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheco, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que nao senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar."
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Fiz de mim o que não soube, e o que podia fazer de mim não o fiz.
o dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho.
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
o dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho.
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
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Alguns dos meus poemas preferidos do Grande Fernando Pessoa . Admiro tanto os poetas , são sábios , transformam o desabor e a dor em palavras e com as palavras conseguem mexer com nossos sentimentos , Afinal quem nunca leu algum poema / texto e pensou " Esse é a minha cara " .. Poetas deveriam ter vida eterna e nunca morrerem de amor . .
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